Durante todo o mês de agosto, as turmas 701 e 702 trabalharam com textos de memórias de diferentes autores. E depois, a partir, de entrevistas realizadas, cada aluno produziu também um texto de memórias. Segue o texto que foi escolhido para a etapa municipal da Olimpíadas de Língua Portuguesa:
Lembranças em cores
Ano de 1978. Morávamos num bairro pequeno da cidade. Em uma casa simples, de poucos cômodos, compartilhávamos a vida. Nossa casa era pequena, mas nossa alegria era tão grande... Tinha doze anos quando meu pai comprou a nossa primeira televisão a cores. Simplesmente, um sonho que se realizava.
Naquela época, praticamente ninguém tinha se quer uma televisão e, se tinha, era em preto e branco. Lembro perfeitamente do dia em que meu pai chegou em casa com uma Telefunken marrom, que transmitia as imagens a cores. Uma alegria para os dez filhos. Era um dia de frio, que chovia forte, e as imagens apareciam com muitos chuviscos. Todos nós sentamos, uns naquele velho sofá de tecido bege e outros nas cadeiras, para assistirmos dez minutos de um programa que nem sabíamos o nome, nem de que se tratava.
A televisão era a relíquia da casa; só meu pai podia ligá-la e desligá-la. E ai de alguém que mexesse nela, sem a permissão dele! Assistíamos tevê sempre no mesmo horário, no início da noite. Como meu pai viajava, nesses dias não a ligávamos, pois minha mãe tinha medo de estragá-la.
Estudávamos de manhã, trabalhávamos à tarde e, à noite, quando dava tempo, assistíamos a Telefunken de quatorze polegadas.
Hoje, minhas filhas ficam impressionadas quando conto este fato, pois só conheceram a televisão a cores, TV a cabo, DVDs, computadores e, agora, até TV digital.
Mas de uma coisa tenho certeza: eu era muito feliz!
Aluna: Luísa Verona Bet/ turma 702